sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Natura Imperatrix Mundi!

Sentou-se apressado, esbaforido
E iniciou sua ingrata missão
Visivelmente aborrecido
Com toda situação

Cenho carregado, aspecto grave
Nenhuma nota suave
Quebrava-lhe a sisudez
As sombracelhas grossíssimas, titânicas
As narinas fornalhas vulcânicas
E o bigode espantoso em sua solidez

Dessa forma, seríssimo e mudo
Atinou filosófico e carrancudo
Nos embaraços à que a natureza o submetia
Justo ele! Eminente fidalgo!
Aviltado em sua fidalguia!

E os pensamentos iam à rédea solta
Quando inconvenientíssima gota
Amargurou-o de vez
Mas aos trancos e barrancos
Arrancadas e solavancos
O que tinha de ser feito, ele fez!

Não sem amaldiçoar a natura
E seus inevitáveis dissabores
Que sem rapapé ou mesura
Iguala servos e senhores

Mas enfim, devidamente aliviado
Suspirou sôfrego e extenuado
Libertando-se dos derradeiros enlaces
Um sorriso pregou-lhe covinhas às faces

Desvencilhado da tarefa amarga
De soslaio, antes de puxar a descarga
Vislumbra bizarríssima nau
Embevecido despacha-a ao esgoto
E com um semblante maroto
Sussurra ternamente um..tchau.





Um comentário:

  1. Adorei! Tomo seus poemas pra mim, o q é natural pra um leitor qualquer. Em contrapartida... a culpa é da semelhança q crio com relação aos fatos de minha vida ao interpretar seus escritos.Enfim... gostei muito!

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