Sentou-se apressado, esbaforido
E iniciou sua ingrata missão
Visivelmente aborrecido
Com toda situação
Cenho carregado, aspecto grave
Nenhuma nota suave
Quebrava-lhe a sisudez
As sombracelhas grossíssimas, titânicas
As narinas fornalhas vulcânicas
E o bigode espantoso em sua solidez
Dessa forma, seríssimo e mudo
Atinou filosófico e carrancudo
Nos embaraços à que a natureza o submetia
Justo ele! Eminente fidalgo!
Aviltado em sua fidalguia!
E os pensamentos iam à rédea solta
Quando inconvenientíssima gota
Amargurou-o de vez
Mas aos trancos e barrancos
Arrancadas e solavancos
O que tinha de ser feito, ele fez!
Não sem amaldiçoar a natura
E seus inevitáveis dissabores
Que sem rapapé ou mesura
Iguala servos e senhores
Mas enfim, devidamente aliviado
Suspirou sôfrego e extenuado
Libertando-se dos derradeiros enlaces
Um sorriso pregou-lhe covinhas às faces
Desvencilhado da tarefa amarga
De soslaio, antes de puxar a descarga
Vislumbra bizarríssima nau
Embevecido despacha-a ao esgoto
E com um semblante maroto
Sussurra ternamente um..tchau.
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Adorei! Tomo seus poemas pra mim, o q é natural pra um leitor qualquer. Em contrapartida... a culpa é da semelhança q crio com relação aos fatos de minha vida ao interpretar seus escritos.Enfim... gostei muito!
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