sexta-feira, 2 de setembro de 2011
In medio stat virtus! (Aristóteles) Será?
No meio a virtude, ou seja sem exageros e extremos, mas em busca de um equilíbrio está a virtude, um pensamento coerente e muitas vezes incontestável do ponto de vista retórico, mas e na prática? É assim? E na aplicação empírica?
Eu sou um bom exemplo de um ser medíocre (sim, medíocre, sem a carga pejorativa que lhe é atribuída, quer apenas dizer mediano), pois eu não sou extremado em nada:
Não sou muito alto, nem baixinho demais, não sou magro, nem gordão, não sou rico, nem pobre tampouco, não sou lindo, nem feio, não sou bem sucedido, nem fracassado, não sou genial, porém tb não sou burro, enfim, um perfeitíssimo exemplar de homem mediano, aliás caminhando pra uma idade mediana tb, nem jovem, nem velho...E o que percebo de ser mediano é que não é nada virtuoso, é antes de tudo, apesar de englobado por uma categoria majoritária, viver em um limbo, uma massa cinzenta, amorfa e desunida, carente de uma identidade forte, de uma característica que sobressaia...
Uma vida mediana é uma vida sem muito sal e sem açucar, com uma paz opressora, uma certeza paquidérmica de que o amanhã se não for cópia do hoje será muito semelhante, não consigo ver virtude alguma nisso! Antes ser um desajustado com uma vida meteórica, curta, eletrizante e fugaz, ou mesmo um pária, bem situado e enturmado com seus iguais, apaziguado pela descoberta de seu nicho, do que um mediano tão distante do extremo paradisíaco logo acima, onde os exageros lhe são permitidos pelo poder e status, qto do andar debaixo, mundo cão onde há tb uma liberdade árida dos que sabem que nada tem a perder.
A mediocridade é uma prisão, nada virtuosa na prática.
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