terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Cinema

Dos recentes filmes que eu vi sem dúvida que o que eu considero mais interessante e estimulante do ponto de vista de referências e reflexão foi distrito 9, ali subverteu-se o lugar-comum do E.T. hostil, tão exaustivamente explorado, para um olhar mais antropológico, e inevitavelmente assustador, no filme o ser-humano, sempre tão eivado de boa vontade e injustiçado, é desnudado na besta- fera que geralmente tende a ser quando sob o manto da impunidade que todo movimento maciço proporciona.
Livre para ser mau, porque todos o são, ou somado à turba o indivíduo comum e até mesmo sensato libera,não sem prazer, seu potencial maligno ou pelo menos parcela dele.
O tom de documentário do filme, extensão de sua campanha de divulgação, também merece boa menção, porque senão abrilhanta a obra, para quem não gostou, também não a ofusca.
Estão presentes as referências gritantes ao aparthaid, nota-se a convivência de religiosidade primitiva com tecnologia de ponta, o que é interessante observar é esse choque do ontem obscuro com o hoje tecnológico (mas não necessáriamente menos cruel).
E até há uma história de amor, mas dessa vez ela é pano de fundo mesmo, e não, como de costume na escola americana de cinema, principal.
Bom filme, eu recomendo, à mentes desarmadas do apego à clichês.

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